Motoristas que trafegaram na manhã desta sexta-feira (2) pela BR-262, na altura do Bairro Indubrasil — saída para Terenos, em Campo Grande — foram surpreendidos por uma blitz educativa promovida pela Polícia Militar Ambiental (PMA). A iniciativa teve um objetivo claro: alertar a população sobre os perigos da alimentação intencional de animais silvestres às margens de rodovias, uma prática popularmente conhecida como “ceva”.
O tema ganhou ainda mais relevância após um trágico episódio no Pantanal sul-mato-grossense, onde uma onça-pintada atacou e matou um caseiro. O caso reacendeu o debate sobre o contato cada vez mais frequente — e perigoso — entre humanos e animais selvagens, impulsionado pelo desequilíbrio ambiental e pelo comportamento induzido por ações humanas.
De acordo com o coronel José Carlos Rodrigues, da PMA, o trecho da BR-262 foi escolhido estrategicamente por ser uma das principais rotas de acesso a pesqueiros na região. “Alimentar animais silvestres é uma prática ilegal, é crime ambiental. Muitas pessoas acreditam que estão fazendo o bem, mas esse gesto desinforma os animais e altera seu comportamento natural, aumentando o risco de acidentes e até ataques”, afirmou.
Além de orientações sobre a prática da ceva, os agentes também distribuíram materiais informativos e instruíram os condutores sobre como agir corretamente ao se deparar com animais atropelados nas estradas. “É comum que, por impulso, as pessoas tentem socorrer, mas isso pode agravar a situação ou colocar a própria vida em risco”, alertou um dos policiais.
A blitz faz parte de uma série de ações que a PMA pretende intensificar ao longo do mês de maio. Segundo Rodrigues, estão previstas visitas a escolas, abordagens em rodovias e ações em pontos de grande circulação urbana, como a Avenida Afonso Pena, no Parque dos Poderes.
O objetivo é claro: promover uma mudança de consciência. Pequenos atos, como jogar restos de comida pela janela do carro, podem parecer inofensivos, mas contribuem para tornar a fauna silvestre dependente e mais vulnerável, tanto a atropelamentos quanto a interações perigosas com seres humanos.
A PMA reforça: respeitar o espaço dos animais não é apenas uma questão de bom senso, mas de responsabilidade ambiental e de segurança coletiva.